sexta-feira, 28 de abril de 2017

Etapas da avaliação
As etapas da avaliação decorrem, em parte, dos princípios básicos que fizemos referência anteriormente. Assim, temos as seguintes etapas:
Determinar o que vai ser avaliado. Nessa etapa o professor deve indicar claramente quais as dimensões do comportamento que irá avaliar: a aquisição pura e simplesmente do conhecimento, de habilidades, de atitudes, de interesses, etc. Se o professor pretende, por exemplo, verificar se o aluno é capaz de ler um texto, deverá, nessa etapa, determinar as dimensões que serão avaliadas desse atributo: recordar aspectos essenciais do conteúdo, relacionar ideias, sintetizar o texto, criticá-lo, referi-lo a outros textos, a outros autores e assim por diante.
Saber o vai ser avaliado é muito importante para poder desenvolver as etapas posteriores, pois a natureza do que se vai avaliar determina, em grande medida, a selecção de condições, critérios, técnicas e instrumentos de avaliação.
Estabelecer os critérios e as condições para a avaliação. Critérios são os indicadores que nos mostram o êxito alcançado na operação. Não podemos confundir critérios com notas ou conceitos. Se um aluno, por exemplo, recebe a nota dez (10) ou o conceito A significa que o mesmo realizou as tarefas de acordo com o critério estabelecido. Os critérios, portanto, são as bases do “julgamento”. Os critérios devem ser formados de maneira precisa e objectiva para não dar margem à subjectividade no nosso julgamento. Isso é mais fácil ocorrer na avaliação sumativa, quando usamos testes objectivos. Em algumas ocasiões é mais difícil estabelecer critérios. É difícil, por exemplo, estabelecer um critério para avaliar o desenvolvimento emocional da criança. Nesse caso, inclusive, não podemos utilizar um critério quantitativo; devemos estabelecer apenas um critério qualitativo. Podemos estabelecer o seguinte: o aluno, neste semestre, demostrará ser capaz de manifestar sua afeição pelos colegas.
Condições são as situações em que o processo de avaliação é realizado. Podemos avaliar em situação de prova ou em situação de vida regular. Na situação de prova, os alunos desenvolvem um conjunto uniforme de tarefas e têm consciência de que estão sendo avaliados. Na situação de vida regular isso não acontece.
Seleccionar as técnicas e instrumentos de avaliação. Existem técnicas e instrumentos mais adequados para cada tipo de avaliação. Não podemos, por exemplo, utilizar um teste objectivo para verificar se o aluno sabe redigir um texto de português.
Realizar a aferição dos resultados

Consiste em verificar os resultados alcançados. Aqui convém lembrar que em termos de resultados educacionais é muito difícil e arriscado quantificar. Por isso, devemos tratar os resultados não como uma conclusão bem estabelecida, mas como uma hipótese de trabalho.
ü  IMBERNÓN, Francisco. (1994).Formação docente e profissional – formar-se para a mudança e a incerteza. (Coleção Questões de Nossa Época, v. 77) São Paulo, SP: Cortez,.
ü  LIBANEO, José Carlos. (2001).Adeus professor, adeus professor? Novas exigências educacionais e profissões docentes. Coleção: Questões de Nossa Época, v. 67. São Paulo: Cortez, 5 edição.
ü  LIBANEO, José Carlos. (2011). Didáctica e escola em uma sociedade complexa. CEPED. UFG. Goias.
ü  LIMA, Socorro e SALES, Josete. (2002) Aprendiz da prática docente - a Didáctica no exercício do magistério. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha.
ü  LOPES, Osima Antónia... [et al]., (1991) Repensando a Didáctica. 5 ed, SP: Papirus.
ü  LUCKESI, Cirpiano L. (1995).Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez.
TEMA 8-FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DO ENSINO
Quando falamos de formas de organização do ensino temos em conta, um ou outro tipo  de organização da actividade docente dos alunos. As formas de organização do ensino não são algo invariável. À medida que a escola se desenvolve, que mudam as tarefas e conteúdo de ensino, mudam também as formas de organização do ensino; algumas formas de organização do ensino, como por exemplo a aula têm servido por longo tempo a humanidade. A história do desenvolvimento da escola conhece duas formas fundamentais de organizar o ensino: individual e grupal. Desde a mais remota antiguidade, o ensino adquiriu uma forma individual, por exemplo nas escolas catedráticas e monacais da idade Média, os alunos não se agrupavam por suas idades nem pelo seu nível de conhecimentos, constituíam uma massa heterogénea, que apesar de ocuparem o mesmo lugar, não podiam ser objecto de um ensino colectivo, senão individual.
8.1- Definição de formas de organização do ensino
As formas de organização do ensino expressam de uma maneira concreta, a actividade dos alunos relacionada com a actividade do professor.
Podemos entender por formas de organização do ensino as distintas maneiras em que se manifesta externamente a relação professor-aluno, quer dizer, a confrontação do aluno com a matéria de ensino sob a direcção do professor.
As formas de organização do ensino constituem o aspecto externo do processo de ensino, enquanto que os métodos constituem seu aspecto interno.
8.2- A aula como forma básica de organização do ensino
A palavra “aula” vem do grego, “aulé”, pátio, em especial pátio do palácio real, através do latim aula (de), pátio. O sentido de “sala onde se ministram lições” prende-se ao significado antigo, através da acepção de “recinto espaçoso, à maneira de pátio”.
A lição é o conjunto referente à execução do trabalho de aula em que o professor transmitiria parte do saber aos seus alunos. A lição. Nesse sentido, supõe alunos ignorantes e professor sábio que transmite o seu saber aos alunos.
O sentido moderno de aula deve ser o de alunos procurando o saber ao invés de recebê-lo (Cousinete).
Pode-se dizer  que  aula é determinado período de tempo vivido entre professor e alunos em que aquele orienta as actividades deste, tendo em vista levá-lo a alcançar certos objectivos predeterminados.
As necessidades sociais que se manifestaram no século XVII, determinaram que o ensino individual cedesse o passam ao ensino em grupos, surgindo desta maneira uma nova forma de organização do ensino, denominada “aula”. O sistema de aulas apresenta as seguintes características essenciais:
ü  Existência de um tempo fixo para duração da aula de uma determinada disciplina;
ü  A constituição de grupos de alunos por idade e nível de conhecimentos;
ü  A direcção frontal do professor no desenvolvimento intelectual dos alunos;
ü  Cada aula constitui uma unidade fechada de conhecimentos, quer dizer cada aula abarca um sistema de conhecimentos, pelo que tem um início, um desenvolvimento e um fim.
Todas estas características mantêm-se até aos nossos dias; no entanto, a aula foi e é objecto de constante aperfeiçoamento com o objectivo de colocá-la à altura dos tempos, de modo a satisfazer as novas necessidades sociais.
A aula é considerada a forma fundamental de organização do ensino porque:
-          Permite realizar as funções instrutiva e educativa; o professor através da aula tem grandes possibilidades de influir sobre os distintos rasgos da personalidade dos educandos, favorecendo o desenvolvimento intelectual, moral, estético, físico, político-ideológico e laboral destes;
-          Ela constitui a actividade principal em que se materializa o cumprimento dos objectivos dos planos e programas de estudo;
-          Permite ao professor expor de forma sistemática e consciente a sua disciplina;
-          Na aula o professor pode utilizar diversos métodos de ensino, combinar o trabalho individual, colectivo e frontal dos alunos;
-          Na aula apresentam-se intimamente relacionados todos os elementos do ensino: objectivos, conteúdo, métodos, meios, além disso, a relação professor-aluno através da qual tomam vida os outros elementos expressos e da qual depende o êxito da aula.

De acordo com as características da aula, definimos esta como a forma fundamental de organização do ensino na qual o professor num período de tempo exactamente fixado, se ocupa da instrução e educação de um grupo constante de alunos, de acordo com os objectivos da educação.
AYRES, António Tadeu.2004). A prática pedagógica competente, ampliando os saberes do professor. Editora vozes. Petrópolis.
COMENIO, J. Amos. (2001). Didáctica magna: a arte universal de ensinar tudo a todos. Tradução Joaquim Ferreira Gomes. Praga.
HAYDT, R.C. Cazaux (1994). Curso de Didáctica Geral. 4ª Edição, São Paulo: ática.
LIBANEO, J.C. (2003). Didáctica. São Paulo: Cortez.
PILETTI, Claudino. (2003). Didáctica Geral. 23ª Edição. São Paulo: Ática
VEIGA, ILma Passos Alencastro. (1989). A prática pedagógica do professor de Didáctica. Papirus Editora, Campinas.
EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE ESCLAVAGISTA
No momento da história humana em que se efectuava a transformação da comunidade primitiva em sociedade dividida por classes, constitui-se a primeira sociedade de escravidão: “a sociedade esclavagista”.
A sociedade esclavagista ou de escravidão é a primeira sociedade classista. Ela consiste em duas classes: a classe de proprietário de escravos (dominante) e a classe dos escravos ou servos (dominada). A divisão do trabalho estava feita nessa base.
A sociedade esclavagista possibilitou a que a administração, a condução dos assuntos do estado, o exercício da política, a condução das guerras e a conquista de territórios alheios como também o exercício da sabedoria (da filosofia das ciências, do pensamento em geral e do estudo do mundo em que o homem vive, da literatura, da arte, etc.) fosse obrigação social, fundamentalmente, dos proprietários de escravos. Os membros da classe dominante, estavam libertos de qualquer trabalho físico ou produtivo. Os trabalhos físicos e de produção era feitos ou executados pelos escravos. A obrigação desses escravos era de, através do seu trabalho, garantir ou assegurar a existência da sociedade escravista (esclavagista), como posição social dos seus proprietários ou patrões.
A educação era somente para as crianças dos senhores proprietários de escravos, visto que os escravos não podiam constituir família, a eles não era organizada a educação.
Ao estudar-se a sociedade esclavagista, toma-se sempre como exemplos os estados de Esparta, Atenas e Roma.
Esparta
A educação nesse estado correspondia concretamente a organização da vida e das necessidades dos espartanos.
Esparta estava, permanentemente, exposta a dois perigos:
ü  Exterior - ser conquistado por outros estados;
ü  Interior - a sublevação de grande número de escravos.
Isso condicionou que a vida em Esparta tivesse completamente organizado militarmente, permanentemente vivia-se como se fosse um campo militar. Por essa razão, os espartanos são considerados como guerrilheiros profissionais. Assim estava submissa toda a vida e, por conseguinte também a educação dos espartanos.
As crianças com vida eram submetidas a uma educação especial. Assim, até aos 7 anos todas as crianças eram educadas na família. Depois disso, os rapazes abandonavam a família; dos 7 aos 18 anos, eram educados em estabelecimentos especiais, nos quais dominava um regime muito rude, brutal (as crianças eram expostas ao frio, fracamente vestidas, mantinha-se famintas, dormiam em lugares inconfortáveis e duros, eram publicamente fustigadas ou batidas, eram habituadas desde recém-nascidas a suportarem a dor e a morte.
A aprendizagem das habilidades guerreiras, o desenvolvimento da força física, de agilidade e de resistência, a faculdade de orientar ou da atitude de se desonrar e da astúcia na luta, constituía o conteúdo fundamental da educação espartana.
De uma forma elementar aprendiam a ler e a escrever e com isso os jovens eram introduzidos ao conhecimento das leis de Esparta e particularmente eram treinados.
As raparigas eram educadas na família, não obstante essa educação ser do tipo ginástico - militar, pelo facto de que cada espartana devia estar preparada para tomar o lugar do homem na luta contra os inimigos, caso fosse necessário.
Atenas
É um estado democrático ou cidade democrática da antiga Grécia, atingiu um nível muito alto no desenvolvimento do comércio, na navegação, no estabelecimento de contactos com outros povos e países, em política e particularmente na Filosofia, Literatura, História, na Arte e nos estudos da natureza. Preenchiam a vida com marchas, com guerras e competições olímpicas e desportivas.
Em Atenas era muito apreciado e considerado o homem harmoniosamente desenvolvido, a beleza e a harmonia entre o espírito e o corpo. O objecto da educação é o desenvolvimento da personalidade.
Todas as crianças dos senhores proprietários em Atenas, no seu período mais desenvolvido (século VI-IV a.), eram educadas em casa até aos 7 anos e isto numa atmosfera agradável com muitos jogos e multitude de brinquedos para crianças, canções, música, contos, histórias. Depois disso, as raparigas continuavam a ser educadas na família e os rapazes prolongavam a sua educação nos lugares públicos, em instituições correspondentes: dos 7 aos 14 anos, os rapazes frequentavam a escola dos gramatistas, onde aprendiam a ler, a escrever e a contar; em seguida frequentavam a escola dos guitarristas, onde escutavam música, cantavam e entravam em contacto com a literatura e a poesia.
Depois disso, os rapazes adquirem também a educação ginástica nas palestras (onde ficavam dos 14 aos 16 anos). Depois, prolongava-se a educação nos ginásios (lugares em que faziam ou conduziam as conversações politicas, filosóficas e literárias e se prolongavam os exercícios de ginástica) dos 16 aos 18 anos. No fim, os rapazes tornavam-se efebos, a partir dos 18 aos 20 anos. Este era o período da preparação imediata para os deveres ou as obrigações públicas, politicas, militares e outras Atenas.
A educação ateniense era posta de uma maneira muito completa, orientada para o desenvolvimento da personalidade.
Roma
Neste estado a educação atravessou mais fases que os referenciados anteriormente. Por volta do século III a.c., atingiu o seu nível mais alto, existindo no império romano três tipos de escolas diferentes, que constituía todo o sistema da educação e abarcavam rapazes dos 7 aos 16 anos.
Na primeira escola denominada “escola elementar”, aprendiam o latim, a gramática e a literatura ou as belas artes;
Na retórica aprendiam as leis, o direito, a história, a filosofia, a geografia e particularmente exercitava-se a eloquência ou a arte oratória.
A escola de educação ginástica - militar na qual se prestava uma grande atenção a educação ginástica - militar.

O sistema e o conteúdo da educação estavam condicionados às necessidades do império romano, conquistando territórios e mantendo os territórios conquistados na submissão, os romanos deveriam ser ou tinham de ser guerreiros capazes e bons, para além de precisarem de funcionários capazes e fiéis ao império.

Marques, Ramiro (2001). História concisa da pedagogia.  Plátano – Edições Técnicas.

Palmer, Joy A. (2005). 50 Grandes educadores, Editora Contexto.
A EDUCAÇÃO NA COMUNIDADE PRIMITIVA
Nesta organização, a educação faz-se sentir concretamente nos aspectos de consumo e de trabalho. A actividade laboral do homem primitivo, dirigido no sentido da satisfação das suas necessidades naturais de subsistência e de reprodução, proporcionou a transformação do estado animal em humano e criou a sociedade humana, na qual a formação do homem começou a determinar-se por eis sociais.
A sociedade tribal estava dividida por idades, em três grupos: as crianças, os adolescentes e os membros na plenitude da vida e os velhos que já não tinham a força física necessária para participarem plenamente na vida da comunidade.
Os recém-nascidos, que ao princípio faziam parte do primeiro grupo eram alimentados e educados pelos adultos da tribo. Às costas da mãe, pendurado num saco assistia e participava na vida da comunidade, ajustando ao seu ritmo e normas e, como a mãe andava de um lado para o outro sem cessar, adquiria a sua primeira educação sem que nada lhe fosse expressamente transmitido (por imitação; de forma espontânea).
As crianças participavam, junto dos mais velhos, na caça, na pesca e na preparação das armas. Sob direcção das mulheres semeavam e colhiam os produtos, preparavam os alimentos e confeccionavam os utensílios e vestuário. As crianças educavam-se e instruíam-se participando nas funções e nas tarefas da colectividade.
No trabalho e trato diário com os mais velhos, as crianças desenvolviam as habilidades necessárias para a vida, familiarizavam-se com os costumes e aprendiam os ritos próprios da vida do homem primitivo.
Quando o jovem chegava a etapa seguinte do seu desenvolvimento, biológico, depois de ter adquirido algumas experiencias sociais, conhecimentos sobre a vida e o trabalho e determinados hábitos, convertiam-se em membros do grupo que se caracterizava pela capacidade para o trabalho.
Com o tempo, essa passagem passou a realizar-se mediante uma cerimónia chamada “iniciação” isto é, através de provas onde se verificava a preparação da juventude para a vida, sua capacidade para suportar as privações, dor, tenacidade, assim como a sua astúcia.

As cerimónias de iniciação constituíam então, o primeiro esboço de um processo educativo diferenciado, e por tal já não espontâneo, mas sim fortemente coercivo. Representam aquilo que no futuro seria uma escola ao serviço de uma classe.
Cambi, Franco (1999). História da Pedagogia. Editora UNESP, São Paulo.
Franco, Maria A. Santoro (2003). Pedagogia como ciência da educação, Papirus Editora
Gadotti, M. (1988). Educação e Compromisso. 3.ed. Campinas: Papirus.
Contributo de Platão para a Pedagogia
PLATÃO
Foi discípulo de Sócrates, que o induziu ao estudo da Filosofia. As suas principais obras foram” a República e as Leis”.
Platao considerava que a educação estava ao serviço do estado, mas este, por sua vez, estava ao serviço da educação. Para ele, não havia educação sem estado, nem estado sem educação. O fim da educação e, como era para Sócrates a formação do homem moral e o meio é a educação do estado na medida em que esse representa a ideia da justiça.
Platão considerava a ginástica e a música instrumentos essenciais mas com papel mais amplo. Na ginástica inclui não só o exercício físico e a higiene mais também a formação do homem do carácter. O culto do valor; enquanto a música compreende as letras. Platão define a educação como dizer “que deve proporcionar ao corpo e a alma toda perfeição e beleza de que são susceptíveis”.
Para ele, na primeira infância predomina os jogos educativos praticados pelas crianças de ambos os sexos. A educação propriamente dita começa aos 7 anos com a ginástica e a musica, atribuindo também grande importância as narrações e contos. Essa educação contínua até aos 18 anos, quando começa a preparação cívica - militar. Os jovens mais capazes, continuam depois dos 20 anos, já com carácter superior e baseada na matemática e na filosofia. Platão mantia a educação igual para homens e para mulheres, inclusive a ginástica. Pedia já a criação de um comissário de educação, encarregado de dirigi-la e inspeccioná-la, bem como a criação de professores especiais.
Como Sócrates, Platão emprega o diálogo como forma de educação e não se pode diferenciar as modalidades de um e outro, já que Platão foi quem as expôs em suas obras sem estabelecer distinções.

A ideia essencial da Pedagogia de Platão, pode-se resumi-la como “a formação do homem moralmente dentro de um estado justo”.
PALMER, Joy. A. (2005). 50 Grandes educadores. 
Contributo de Sócrates para a Pedagogia
Seu maior prazer consistia em conversar e discutir com os amigos e discípulos. Morreu como viveu, pobre. Suas últimas palavras se referiam precisamente sobre a educação de seus filhos, recomendando aos amigos que os fustigassem como ele fazia com eles, se se preocupassem com a riqueza ou com algo mais que a virtude, ou se pretendessem ser algo quando realmente nada fossem.
A importância de Sócrates no contexto geral da educação resulta, em primeiro lugar, do facto de se ter oposto frontalmente aos filósofos da época, os sofistas, que são na verdade os primeiros professores, os primeiros educadores profissionais conscientes da história que aparecem na terra, na segunda metade do século V a.C.
Os sofistas entendiam ser objectivo principal da educação fazer bons oradores de modo a que estes falassem bem e fizessem boa figura nas assembleias.
Sócrates, pelo contrário, entendia que o objectivo da educação deveria ser a virtude e, que não nos deveríamos limitar ao seu conhecimento, mais também “deixarmo-nos possuir por ela”. Segundo ele, “ a virtude não era ensinável de fora para dentro”, pois “os seres humanos, embrionariamente, a trazem consigo” sendo apenas necessária uma “ oportuna acção educativa”, para que ela desperte o indivíduo. O educador ajuda apenas a nascer o saber, o mesmo que utilizar a maiêutica (procedimento que leva o interlocutor a redescobrir a verdade que possui em si em o saber; dar a luz à verdade) ou seja a arte de parteira, o que significa que o professor não deveria preocupar-se em transmitir os conhecimentos aos alunos, mas sim em facilitar-lhes a descoberta do que há a aprender.
Para fazer “nascer ideias” nos espíritos de seus discípulos, Sócrates estabelecia dialogo com eles, pondo-lhes questões muito simples, que facilmente resolviam. Passava destas à outras um pouco mais complexas e, assim, sucessivamente, até os discípulos chegarem, por eles próprios, a conclusões incontestáveis. Essa forma de questionar, passou a ser conhecida por “interrogações socrática”. A essa maneira de conduzir o aluno a tirar as suas próprias conclusões, dá-se o nome de “método socrático” que, ainda hoje, é muito recomendado pela pedagogia. Sócrates, utilizava mais os exemplos do que as palavras e, nas lições, ouvia mais do que dizia, remetendo-se a um papel discreto, mais importante:
ü  Guiava a inteligência dos alunos através da indagação, da crítica e da comprovação.
ü  Levava-os a chegarem, pelos seus próprios meios, à verdade que procuravam conhecer.

ü  Quando lhe deram a conhecer que era considerado o maior sábio da Grécia, apenas comentou: “só sei que nada sei”. Modesto, como todo o homem de real valor, adoptava para si, como divisa, e recomendava aos outros: “conhece-te a ti próprio”.
PALMER, Joy. A. (2005). 50 Grandes educadores. 
SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA PEDAGOGIA COMO CIÊNCIA
A palavra pedagogia traduzida do grego, significa, arte de educar a criança. A raiz desta palavra pode ser encontrada noutros vocábulos gregos da época: por exemplo, em Esparta chamava-se “paidónomo” ao encarregado do governo das crianças; e em Atenas deu-se o nome de “pedagogo” ao escravo que conduzia as crianças à escola.
Na idade média, vamos encontrar a palavra “pedagogo” servindo para significar os estudantes pobres que serviam de preceptores dos filhos dos nobres.
Mais tarde, o significado deste termo adquiriu outro valor; assim começou-se a chamar às pessoas que se dedicavam a educação das crianças e, para isso, tinham uma preparação especial. Dessa maneira, surgiu a Pedagogia como ciência da educação das novas gerações. Hoje, pedagogo é o especialista em assuntos educacionais.
A palavra Pedagogia é proveniente do grego Pais; Paidós, que significa criança; menino e do termo Ago; Agoge, que significa “conduzo; conduzir”, significando literalmente: condução de crianças”.
Só no século XIV, a palavra pedagogia começa a ser empregada com o sentido de ciência ou arte da educação”. Tendo sido vulgarizado a partir do século XIX.
A pedagogia surge a partir de postulados filosóficos sobre a educação do homem. A pedagogia no seu conjunto, teve um desenvolvimento histórico cumprindo as tarefas que se formularam à escola em determinadas etapas do desenvolvimento da sociedade. Alguns filósofos e pedagogos, tocados de interesses pela educação, puseram-se a fazer investigações sobre os problemas suscitados pela educação, com resultados diferentes. Alguns esforçaram-se por estabelecer a melhor maneira de educar as jovens gerações. Outros procuraram encontrar os métodos mais breves para educar mais rápida e eficazmente. Quase todos por meio de algumas observações externas recolhidas a partir de métodos práticos.
O desenvolvimento das ciências e o incremento da produção e do comércio, proporcionaram um desenvolvimento ininterrupto da educação, como esfera especial da actividade humana no mundo antigo e na idade média e, gradualmente, partiram que se criassem as condições para o surgimento de uma ciência responsável pela educação do homem. Isto ocorreu no séc. XVII, com destaque para Juan Amos Coménius (1592-1670), que criou o seu trabalho capital - Didáctica Magna ou tratado da arte universal de Ensinar Tudo a todos - (1657). A obra revela a importância deste pedagogo, que reside em ter sido o primeiro a proclamar a tarefa de “ensinar tudo a todos”. Destaque também para Jean Jacques Rousseau (1712-1778), que criticou o ensino escolar do seu tempo (livresco, divorciado da vida) e desenvolveu uma concepção do ensino baseado nas necessidades do educando e nas suas exigências imediatas, tendo destacado o papel do conhecimento sensorial. Tal como Coménius considerava que na educação da criança se deveria ter em conta as características próprias da idade, e a estruturou tendo como centro a natureza infantil. Pestalozzi (1746-1827), que defendeu a necessidade do estudo da psique da criança com fins didácticos. Já Juan Frederico Herbart (1776-1841), elaborou os passos formais, como sendo de cumprimento obrigatório e que devem obedecer sempre a mesma sequência independentemente dos objectivos do ensino, do conteúdo e das particularidades da idade dos alunos. Para Adolfo Diesterweg (1790-1866), sublinhou a importância do desenvolvimento independente dos alunos. K. Ushinski, entendia o ensino como processo de transmissão de conhecimentos e habilidades por parte do professor, e a assimilação desses conhecimentos e habilidades por parte dos alunos que vai do desconhecimento ao conhecimento.

A importância da Pedagogia é cada vez maior, ocupando na actualidade um dos primeiros lugares dentro do sistema de ciências pedagógicas.
Lei de base do sistema educativo angolano: lei 17/2016 de 7 de Outubro.
Lino, Macedo (2005). Ensaios pedagógicos, Editora Artmed, Porto Alegre.
Mário, Osório Marques (2006). Pedagogia, a ciência do educador.
Marques, Ramiro (2000). Dicionário Pedagógico. Editora: presença.

Marques, Ramiro (2001). História concisa da pedagogia.  Plátano – Edições Técnicas.