sexta-feira, 28 de abril de 2017

EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE ESCLAVAGISTA
No momento da história humana em que se efectuava a transformação da comunidade primitiva em sociedade dividida por classes, constitui-se a primeira sociedade de escravidão: “a sociedade esclavagista”.
A sociedade esclavagista ou de escravidão é a primeira sociedade classista. Ela consiste em duas classes: a classe de proprietário de escravos (dominante) e a classe dos escravos ou servos (dominada). A divisão do trabalho estava feita nessa base.
A sociedade esclavagista possibilitou a que a administração, a condução dos assuntos do estado, o exercício da política, a condução das guerras e a conquista de territórios alheios como também o exercício da sabedoria (da filosofia das ciências, do pensamento em geral e do estudo do mundo em que o homem vive, da literatura, da arte, etc.) fosse obrigação social, fundamentalmente, dos proprietários de escravos. Os membros da classe dominante, estavam libertos de qualquer trabalho físico ou produtivo. Os trabalhos físicos e de produção era feitos ou executados pelos escravos. A obrigação desses escravos era de, através do seu trabalho, garantir ou assegurar a existência da sociedade escravista (esclavagista), como posição social dos seus proprietários ou patrões.
A educação era somente para as crianças dos senhores proprietários de escravos, visto que os escravos não podiam constituir família, a eles não era organizada a educação.
Ao estudar-se a sociedade esclavagista, toma-se sempre como exemplos os estados de Esparta, Atenas e Roma.
Esparta
A educação nesse estado correspondia concretamente a organização da vida e das necessidades dos espartanos.
Esparta estava, permanentemente, exposta a dois perigos:
ü  Exterior - ser conquistado por outros estados;
ü  Interior - a sublevação de grande número de escravos.
Isso condicionou que a vida em Esparta tivesse completamente organizado militarmente, permanentemente vivia-se como se fosse um campo militar. Por essa razão, os espartanos são considerados como guerrilheiros profissionais. Assim estava submissa toda a vida e, por conseguinte também a educação dos espartanos.
As crianças com vida eram submetidas a uma educação especial. Assim, até aos 7 anos todas as crianças eram educadas na família. Depois disso, os rapazes abandonavam a família; dos 7 aos 18 anos, eram educados em estabelecimentos especiais, nos quais dominava um regime muito rude, brutal (as crianças eram expostas ao frio, fracamente vestidas, mantinha-se famintas, dormiam em lugares inconfortáveis e duros, eram publicamente fustigadas ou batidas, eram habituadas desde recém-nascidas a suportarem a dor e a morte.
A aprendizagem das habilidades guerreiras, o desenvolvimento da força física, de agilidade e de resistência, a faculdade de orientar ou da atitude de se desonrar e da astúcia na luta, constituía o conteúdo fundamental da educação espartana.
De uma forma elementar aprendiam a ler e a escrever e com isso os jovens eram introduzidos ao conhecimento das leis de Esparta e particularmente eram treinados.
As raparigas eram educadas na família, não obstante essa educação ser do tipo ginástico - militar, pelo facto de que cada espartana devia estar preparada para tomar o lugar do homem na luta contra os inimigos, caso fosse necessário.
Atenas
É um estado democrático ou cidade democrática da antiga Grécia, atingiu um nível muito alto no desenvolvimento do comércio, na navegação, no estabelecimento de contactos com outros povos e países, em política e particularmente na Filosofia, Literatura, História, na Arte e nos estudos da natureza. Preenchiam a vida com marchas, com guerras e competições olímpicas e desportivas.
Em Atenas era muito apreciado e considerado o homem harmoniosamente desenvolvido, a beleza e a harmonia entre o espírito e o corpo. O objecto da educação é o desenvolvimento da personalidade.
Todas as crianças dos senhores proprietários em Atenas, no seu período mais desenvolvido (século VI-IV a.), eram educadas em casa até aos 7 anos e isto numa atmosfera agradável com muitos jogos e multitude de brinquedos para crianças, canções, música, contos, histórias. Depois disso, as raparigas continuavam a ser educadas na família e os rapazes prolongavam a sua educação nos lugares públicos, em instituições correspondentes: dos 7 aos 14 anos, os rapazes frequentavam a escola dos gramatistas, onde aprendiam a ler, a escrever e a contar; em seguida frequentavam a escola dos guitarristas, onde escutavam música, cantavam e entravam em contacto com a literatura e a poesia.
Depois disso, os rapazes adquirem também a educação ginástica nas palestras (onde ficavam dos 14 aos 16 anos). Depois, prolongava-se a educação nos ginásios (lugares em que faziam ou conduziam as conversações politicas, filosóficas e literárias e se prolongavam os exercícios de ginástica) dos 16 aos 18 anos. No fim, os rapazes tornavam-se efebos, a partir dos 18 aos 20 anos. Este era o período da preparação imediata para os deveres ou as obrigações públicas, politicas, militares e outras Atenas.
A educação ateniense era posta de uma maneira muito completa, orientada para o desenvolvimento da personalidade.
Roma
Neste estado a educação atravessou mais fases que os referenciados anteriormente. Por volta do século III a.c., atingiu o seu nível mais alto, existindo no império romano três tipos de escolas diferentes, que constituía todo o sistema da educação e abarcavam rapazes dos 7 aos 16 anos.
Na primeira escola denominada “escola elementar”, aprendiam o latim, a gramática e a literatura ou as belas artes;
Na retórica aprendiam as leis, o direito, a história, a filosofia, a geografia e particularmente exercitava-se a eloquência ou a arte oratória.
A escola de educação ginástica - militar na qual se prestava uma grande atenção a educação ginástica - militar.

O sistema e o conteúdo da educação estavam condicionados às necessidades do império romano, conquistando territórios e mantendo os territórios conquistados na submissão, os romanos deveriam ser ou tinham de ser guerreiros capazes e bons, para além de precisarem de funcionários capazes e fiéis ao império.

Marques, Ramiro (2001). História concisa da pedagogia.  Plátano – Edições Técnicas.

Palmer, Joy A. (2005). 50 Grandes educadores, Editora Contexto.

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