sexta-feira, 28 de abril de 2017

A EDUCAÇÃO NA COMUNIDADE PRIMITIVA
Nesta organização, a educação faz-se sentir concretamente nos aspectos de consumo e de trabalho. A actividade laboral do homem primitivo, dirigido no sentido da satisfação das suas necessidades naturais de subsistência e de reprodução, proporcionou a transformação do estado animal em humano e criou a sociedade humana, na qual a formação do homem começou a determinar-se por eis sociais.
A sociedade tribal estava dividida por idades, em três grupos: as crianças, os adolescentes e os membros na plenitude da vida e os velhos que já não tinham a força física necessária para participarem plenamente na vida da comunidade.
Os recém-nascidos, que ao princípio faziam parte do primeiro grupo eram alimentados e educados pelos adultos da tribo. Às costas da mãe, pendurado num saco assistia e participava na vida da comunidade, ajustando ao seu ritmo e normas e, como a mãe andava de um lado para o outro sem cessar, adquiria a sua primeira educação sem que nada lhe fosse expressamente transmitido (por imitação; de forma espontânea).
As crianças participavam, junto dos mais velhos, na caça, na pesca e na preparação das armas. Sob direcção das mulheres semeavam e colhiam os produtos, preparavam os alimentos e confeccionavam os utensílios e vestuário. As crianças educavam-se e instruíam-se participando nas funções e nas tarefas da colectividade.
No trabalho e trato diário com os mais velhos, as crianças desenvolviam as habilidades necessárias para a vida, familiarizavam-se com os costumes e aprendiam os ritos próprios da vida do homem primitivo.
Quando o jovem chegava a etapa seguinte do seu desenvolvimento, biológico, depois de ter adquirido algumas experiencias sociais, conhecimentos sobre a vida e o trabalho e determinados hábitos, convertiam-se em membros do grupo que se caracterizava pela capacidade para o trabalho.
Com o tempo, essa passagem passou a realizar-se mediante uma cerimónia chamada “iniciação” isto é, através de provas onde se verificava a preparação da juventude para a vida, sua capacidade para suportar as privações, dor, tenacidade, assim como a sua astúcia.

As cerimónias de iniciação constituíam então, o primeiro esboço de um processo educativo diferenciado, e por tal já não espontâneo, mas sim fortemente coercivo. Representam aquilo que no futuro seria uma escola ao serviço de uma classe.
Cambi, Franco (1999). História da Pedagogia. Editora UNESP, São Paulo.
Franco, Maria A. Santoro (2003). Pedagogia como ciência da educação, Papirus Editora
Gadotti, M. (1988). Educação e Compromisso. 3.ed. Campinas: Papirus.

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