Contributo de Sócrates para a Pedagogia
Seu maior prazer consistia em conversar e discutir com os amigos e discípulos.
Morreu como viveu, pobre. Suas últimas palavras se referiam precisamente sobre
a educação de seus filhos, recomendando aos amigos que os fustigassem como ele
fazia com eles, se se preocupassem com a riqueza ou com algo mais que a
virtude, ou se pretendessem ser algo quando realmente nada fossem.
A importância de Sócrates no contexto geral da educação resulta, em
primeiro lugar, do facto de se ter oposto frontalmente aos filósofos da época,
os sofistas, que são na verdade os primeiros professores, os primeiros
educadores profissionais conscientes da história que aparecem na terra, na
segunda metade do século V a.C.
Os sofistas entendiam ser objectivo principal da educação fazer bons
oradores de modo a que estes falassem bem e fizessem boa figura nas assembleias.
Sócrates, pelo contrário, entendia que o objectivo da educação
deveria ser a virtude e, que não nos deveríamos limitar ao seu
conhecimento, mais também “deixarmo-nos possuir por ela”. Segundo ele, “ a
virtude não era ensinável de fora para dentro”, pois “os seres humanos,
embrionariamente, a trazem consigo” sendo apenas necessária uma “ oportuna
acção educativa”, para que ela desperte o indivíduo. O educador ajuda apenas a
nascer o saber, o mesmo que utilizar a maiêutica (procedimento que leva o interlocutor
a redescobrir a verdade que possui em si em o saber; dar a luz à verdade) ou
seja a arte de parteira, o que significa que o professor não deveria
preocupar-se em transmitir os conhecimentos aos alunos, mas sim em
facilitar-lhes a descoberta do que há a aprender.
Para fazer “nascer ideias” nos espíritos de seus discípulos, Sócrates
estabelecia dialogo com eles, pondo-lhes questões muito simples, que facilmente
resolviam. Passava destas à outras um pouco mais complexas e, assim,
sucessivamente, até os discípulos chegarem, por eles próprios, a conclusões
incontestáveis. Essa forma de questionar, passou a ser conhecida por
“interrogações socrática”. A essa maneira de conduzir o aluno a tirar as suas
próprias conclusões, dá-se o nome de “método
socrático” que, ainda hoje, é muito recomendado pela pedagogia.
Sócrates, utilizava mais os exemplos do que as palavras e, nas lições, ouvia
mais do que dizia, remetendo-se a um papel discreto, mais importante:
ü Guiava a inteligência dos alunos através da indagação,
da crítica e da comprovação.
ü Levava-os a chegarem, pelos seus próprios meios, à
verdade que procuravam conhecer.
ü Quando lhe deram a conhecer que era considerado o
maior sábio da Grécia, apenas comentou: “só sei que nada sei”. Modesto, como
todo o homem de real valor, adoptava para si, como divisa, e recomendava aos
outros: “conhece-te a ti próprio”.
PALMER, Joy. A. (2005). 50 Grandes educadores.
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